resumo povos ancestrais
Não obstante a qualidade dos artigos, a publicação foi criticada. Alguns grupos de intelectuais engajados alegaram ilegitimidade das comemorações. No entanto, isso em nada ofusca o valor historiográfico do ensaio de Flamarion. A versatilidade intelectual desse pensador brasileiro tornou-o reconhecido por conta de sua contribuição em áreas diversas como Metodologia da História, Egiptologia e Período Colonial Brasileiro.
Flamarion aborda as diferentes concepções de astecas, maias e incas acerca de suas próprias realidades, a partir de uma leitura não-linear e culturalista. Para tanto, ele lança mão de qualificada lista de fontes bibliográficas, que inclui estudiosos de universidades como Oxford e Yale, bem como importantes autores mexicanos, peruanos e espanhóis.
No início do trabalho, ele afirma que os povos em questão não faziam recortes de concepção entre os aspectos humano, natural e divino. É perceptível, logo nas primeiras linhas de leitura, que costumes, tipos de armas de guerra e modelo econômico não serão analisados de modo isolado, mas sempre atrelados a forma como os povos pré-colombianos concebiam o mundo.
É também interessante observar como o ensaio descreve padrões encontrados nas formas religiosas, nos movimentos econômicos e na maneira como as três civilizações abordadas administravam seus desafios geográficos.
Em comum, astecas, maias e incas professavam uma religião de Estado, ou “culto estatal”. Flamarion destaca que a religião encontrava mesmas soluções em povos que jamais mantiveram contato, na medida em que sua prática legitimava o poder político.
Se o