Resumo - krippendorf, jost. sociologia do turismo. são paulo: aleph. 2000.
INTRODUÇÃO
A sociedade humana, outrora tão sedentária, está numa mobilização frenética para aproveitar-se de todas as oportunidades que se lhe oferecem para viajar, sem necessidade ou obrigação. Estão convencidos de que o fazem por livre e espontânea vontade, mas nota-se que parecem obedecer a um comando exterior a eles mesmos. Só isso explicaria a insanidade que parece direcionar o comportamento e a falta de discernimento que, com freqüência, tomam conta dos turistas, já que se submetem a situações que dificilmente admitiriam em seu cotidiano. Questiona-se se os prazeres advindos do turismo são benéficos, pois isso tudo tem um custo, algo a ser oferecido em troca dessa suposta liberdade.
As pessoas viajam porque não se sentem mais à vontade onde se encontram, seja nos locais de trabalho, seja onde moram, e o grande êxodo das massas que caracteriza a nossa época é conseqüência das condições geradas pelo desenvolvimento da nossa sociedade industrial, que sujeita o individuo às grandes deficiências do cotidiano (a fria racionalidade das fábricas, dos escritórios, dos imóveis residenciais e da infraestrutura rodoviária, assim como o empobrecimento das relações humanas, a repressão dos sentimentos, a degradação da natureza e a perda da naturalidade). O cidadão procura então nas viagens a compensação por tudo aquilo que lhe falta no cotidiano e esse viajar funciona como instrumento de renovação das energias e libertação, ainda que temporária, das amarras das convenções sociais.
Essa evasão também se deve ao fato de, com o desenvolvimento da sociedade industrial, terem surgido meios facilitadores dessa evasão, como a criação de meios de transporte eficientes, maior disponibilidade de dinheiro (maiores salários) e tempo (cargas horárias menores, férias).
Dessa conjuntura surge a indústria do lazer, apoderando-se do nosso tempo livre, atraindo- nos