resumo jeitinho e jeitao
Tendo como objetivo associar a reflexão de Norbert sobre o caráter alemão com sua proposta de estudar o Brasil e investigar o caráter brasileiro, Oliveira percorre diferentes ideias de autores brasileiros do século XX, entre eles Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Antonio Candido e Roberto DaMatta. Entretanto, considera a obra de tais autores incompatíveis com o verdadeiro objetivo de seu artigo e, por esse motivo, opta por uma investigação através do viés “norbertiano”.
Desse modo, Francisco de Oliveira chega à conclusão de que o caráter nacional brasileiro se molda e conforma com o estereótipo do malandro, sujeito para o qual as ações estão submetidas a trapaças, transgressões, em suma o “jeitinho”: “a regra não escrita, sem existência legal, informal, mas seguida ao pé da letra nas relações micro e macrossociais; um atributo das classes dominantes brasileiras que se transmitiu às classes dominadas”. A noção de “jeitão” refere-se ao peculiar modo, das classes dominantes, de livrar-se de problemas, ou de falsificá-los, que por sua vez, é considerado formal. Entretanto, ele não resolve verdadeiramente os problemas, forçando as classes dominadas a “arrumarem um jeitinho” que traga a verdadeira solução.
Francisco de Oliveira explica que – a partir daquilo que Norbert analisa em seu texto – “burlar as regras sociais em benefício próprio é uma forma de adotar o capitalismo como solução