Quando o artigo foi escrito fazia 14 anos que Chico Mendes havia morrido. Nessa época havia uma comoção muito grande e intensas discussões sobre as possíveis formas de desenvolvimento da região amazônica. Almejava-se e ainda almeja maneiras de desenvolvimento sustentável. Entretanto a dúvida que ainda não foi sanada é a viabilidade econômica de modelos ditos sustentáveis, tais qual o extrativismo. Os produtos florestais não madeireiros são, de fato, uma alternativa econômica viável? O artigo discorre, então, sobre a viabilidade desses produtos. O autor faz uma análise histórica dos produtos mais utilizados pelo homem, afirmando que a domesticação é um procedimento adotado pelo homem desde os tempos mais remotos. O homem domestica espécies (animais e vegetais), pois, quando se aumenta a demanda por um determinado produto, o extrativismo puro muitas vezes não é capaz de suprir essa diferença; eis a necessidade da domesticação. Especificamente no Brasil, o extrativismo de vários produtos teve tempos áureos, mas foi substituído por outros produtos (substitutos diretos ou indiretos). Exemplo disso é a substituição da borracha pela borracha sintética. Entretanto, alguns produtos podem ser viáveis pela “inexistência” de outras atividades econômicas, de plantios domesticados ou substitutos sintéticos. Cada vez mais que os fatores de produção têm seu preço aumentado (ex: mão-de-obra) o extrativismo se torna cada vez mais inviável. Incorre-se em erro ao considerar esse setor da economia como isolado dos demais. Não se pode, portanto, diferenciar produtos madeireiros e não-madeireiros, pois, economicamente, são iguais e a sua sustentabilidade será determinada em função da taxa de extração e capacidade de regeneração. O autor evidencia, assim, que a sustentabilidade econômica não garante a sustentabilidade biológica e vice-versa. Partindo desse pressuposto, defende a ideia que sempre que produtos agrícolas forem mais rentáveis que produtos extrativos, haverá uma tendência ao