Resumo - História da África: uma introdução; cap. 1
Capítulo 4: História e historiadores
Os aspectos físicos, naturais e geográficos da África nos indicam o palco da grande aventura humana que se passou naquele continente, mas não descrevem a verdadeira história do povo que o habitava. Para se entender “o que é África” e “qual a sua história”, precisamos levar em consideração a existência de pessoas, sociedades, instituições, identidades, culturas e tudo mais que se possa considerar criação do homem que ali existiu.
Porém, ao confundir o conceito de civilização com apenas aquilo que ele conhecia e estava habituado, o colonizador europeu negou ao africano o reconhecimento de sua cultura, civilização e história, colocando a “não-reconhecida” História da África a uma mera coadjuvante da História do Colonialismo, dos colonizadores e de suas façanhas, protagonizada por europeus, e a coadjuvante – também – da História natural, protagonizada pelas próprias fauna e flora do continente.
Desde então, muito se perdeu da história a ser contada por aqueles povos tão diferentes culturalmente, mas que, na perspectiva dos colonizadores, eram vistos como únicos e iguais devido às simples semelhanças estéticas entre os seus habitantes. Sob rótulos e conceitos eurocêntricos, esses povos eram vistos como estáticos e detentores de uma forma de pensamento irracional que os fizeram ser considerados, por muito tempo, não-portadores de culturas a serem estudadas.
Após estudos mais profundos acerca do surgimento da humanidade e consequente surgimento das civilizações africanas, esses pressupostos eurocêntricos de falta de civilização e culturas africanas saíram de cena, o que chamou a atenção de historiadores que, agora, já não tinham mais a necessidade de afirmação de que a África era (e sempre havia sido) um continente civilizado, partindo as pesquisas históricas acerca do continente africano do baseamento de informações e relatos europeus para uma nova perspectiva que,