resumo filme garapa
O projeto de Garapa nasceu em meados de 2001, a partir de uma conversa entre José Padilha e Marcos Prado, amigos e sócios na Zazen. "Tínhamos uma preocupação séria em relação a dois temas que gostaríamos de desenvolver: a questão da fome no Brasil e o problema global da escassez da água", conta Marcos Prado. "Decidimos então que Padilha faria o documentário sobre a Fome - que se tornou o Garapa - e eu desenvolveria o projeto sobre o problema da água, que está em fase de desenvolvimento". Com essa idéia na cabeça, Padilha visitou o Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, fundado pelo sociólogo Herbert de Souza em 1981), onde conheceu Francisco Menezes, um dos diretores do instituto, de quem ficou amigo. Ao entrar em contato com uma questão tão delicada e complexa, o cineasta achou que seria fundamental fornecer um ponto de vista alternativo à forma distanciada como o assunto costuma ser tratado na grande mídia - algo que ele já havia experimentado em Ônibus 174, filme que humanizou um episódio carioca trágico, tratado com sensacionalismo pelos meios de comunicação. "Lendo os dados da ONU, do Ibase ou do IBGE você pode aprender que milhões de pessoas no mundo e no Brasil sofrem de deficiência alimentar grave. Mas isto não significa que você tenha entendido o que é a fome crônica para quem luta contra ela no dia a dia. Garapa documenta a fome do ponto de vista de quem passa fome. O filme foi feito para que o público em geral possa ter uma idéia do impacto que a insegurança alimentar grave tem na vida das pessoas que estão nesta situação." FOME CRÔNICA Na medida em que aprofundou sua pesquisa,