Resumo dos dois primeiros capítulos do formação da literatura brasileira (literatura como sistema e literatura empenhada)
Antônio Cândido
Lançamento: 1959
1) Literatura como sistema
* Para Cândido, o sistema literário necessita de alguns aspectos para ser tratado como tal. Além de características internas (língua, temas, imagens), o que deve ser levado em conta é “a existência de um conjunto de produtores literários, mais ou menos conscientes do seu papel; um conjunto de receptores, formando os diferentes tipos de público; um mecanismo transmissor (de modo geral, uma linguagem, traduzida em estilos), que liga uns aos outros. * Quando escritores de um dado período se encaixam em tal sistema, ocorre a formação da continuidade literária (tradição), que é a transmissão desses elementos, aos quais somos obrigados a referir para aceitar ou rejeitar. * O início da história de um país normalmente não apresenta forças para a criação de um sistema literário, devido à falta de um ambiente social com os recursos necessários para que esse fenômeno ocorra. Por isso, nomes como Gregório de Matos e Padre Anchieta não se enquadram em um sistema, mas sim em uma manifestação. * Trata-se de focalizar o momento em que ocorre uma continuidade ininterrupta de obras e autores, que se encaixam em tal sistema e que tinham consciência disso. * No Brasil, esse sistema só ocorreu com os árcades mineiros.
2) Uma literatura empenhada
* Após a independência do Brasil, ficou visível o esforço para que a atividade literária engrenasse de uma vez por todas. Esse fenômeno ocorreu como uma forma de construir um país livre, o que mostra quão importante é a “tomada de consciência” por parte dos escritores. * A missão dos escritores em escrever imediatamente algo que representasse o Brasil ou exprimir algum sentimento de alcance geral, acabou prejudicando o exercício de fantasia, de fuga ao real dos autores. Essa renúncia à imaginação resultou muitas vezes na coexistência de realismo e fantasia, documento e