Terte
13 a 17 de julho de 2008 USP – São Paulo, Brasil
Entre a Literatura e a História, o Cinema
Prof. Dr. Cláudio de Sá Capuano (CMRJ / Ferlagos)1
Resumo
A partir de pressupostos teóricos, tanto do campo disciplinar da nova história quanto de estudos atuais da literatura fundados em perspectivas construtivistas, a presente comunicação pretende refletir a respeito da adaptação para o cinema de obras ou temas previamente desenvolvidos em textos escritos (literários ou não). Tal reflexão visa apontar caminhos de discussão das relações entre história e literatura, a partir de obras filmadas. Os escolhidos são “Guerra de Canudos”, de Sérgio Rezende, e “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha. O objetivo final é pensar o filme como objeto de motivação do estudo de temas da história dentro de uma perspectiva artística, na sala de aula, para um público jovem, em fase escolar.
Palavras-chave: ensino de literatura, ensino de história, cinema.
1. Introdução
O presente texto, parte da minha Tese de Doutorado, defendida no Departamento de Letras da Puc-Rio, relaciona a análise ali feita de duas importantes obras da filmografia brasileira, a uma possível prática docente. Entende-se o filme como importante recurso de motivação do estudo de temas históricos e literários, a partir de uma visão representada na arte. No entanto, ele não pode ser utilizado como elemento isolado, pois assim seria condenado a um entendimento muito superficial, aquém de suas potencialidades. Em uma abordagem multidisciplinar de um tema, o trabalho prévio cabe ao professor, que deverá selecionar a obra e confrontá-las com outros discursos artísticos ou referenciais. O envolvimento de mais de uma disciplina, portanto de mais de um professor, permite o melhor aproveitamento do uso do filme como recurso didático. Apresento a seguir um exemplo constituído pela análise de dois filmes que versam, um diretamente,