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9473 palavras
38 páginas
Revista do Programa de Pós-Graduação em Estudo de LinguagensUniversidade do Estado da Bahia – UNEB
Departamento de Ciências Humanas – DCH I
NÚMERO ESPECIAL
ISSN: 2176-5782
Quarup: uma alegoria do Brasil.
Mires Batista Bender1
RESUMO: O romance Quarup, publicado no auge da ditadura militar, apresenta, através do ponto de vista das personagens, diversas teorias sobre o Brasil e os movimentos sociais ocorridos no País num período de aproximadamente dez anos, iniciando na década de 1950 e alcançando o ano de 1964. Discussões sobre o conturbado momento político brasileiro, a influência estrangeira, a questão indígena, o surgimento dos sindicatos de trabalhadores rurais no Brasil, o método de ensino criado por Paulo Freire, a implantação de um projeto das esquerdas que promoveria igualdade social e valorização do homem, e a derrubada deste projeto pelo do
“milagre brasileiro”, revelando uma polarização entre esquerda e direita política, dão mostra da diversidade de temas abordados nesta obra. O romance, ora apresenta o “psicodelismo” das paisagens urbanas do Rio de
Janeiro, ora debate o engajamento político em cenários de Pernambuco, ou transporta o leitor para a exuberância das terras do Xingu, na selva brasileira. Ficcionalizando fatos históricos enquanto discute a identidade nacional,
Quarup constitui matéria importante ao estudo da formação da narrativa brasileira e das tensões entre a forma literária e a dinâmica social. Este ensaio pretende apreciar esses aspectos da narrativa de Antonio Callado buscando identificar a que Brasil ela alude.
Palavras-chave: Literatura; Romance; Formação; Sociedade; História.
Tanto para estudar um anfíbio como para descrever um som, o método adequado é aquele usado pelos praticantes da pesquisa biológica contemporânea: “exame cuidadoso e direto da matéria e contínua comparação de uma lâmina ou espécime com outra”. Essa afirmação de Ezra Pound remete à declaração dada por Antonio Candido na análise que