Resumo dos capítulos 1 a 6 da obra De Magistro de Santo Agostinho
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Este diálogo com o monge Adeodato, de Tagasta, tem como ponto de partida, o fato da linguagem ser o instrumento mediante o qual a ciência passa do mestre para o aluno; daqui, o exame da razão de ser e do valor das palavras como sinais dos objetos, isto é, da significação e do significado. A conclusão é que a linguagem é intrinsecamente impotente para transmitir a verdade, apesar de não haver instrução sem palavras. Se o mestre se refere a objetos sensíveis, as suas palavras não podem ensinar o que a experiência do discípulo lhe não haja ensinado diretamente, e muito menos a firmeza e a necessidade inerentes ao conhecimento; e se, se refere a objetos ideais ou a ideias, quem o ouve é que faz, no seu íntimo, o discernimento da verdade e do erro do que ouve; por consequência, ninguém é instruído pelas palavras de quem ensina, mas somente pelo que lhe é manifestado no íntimo do espírito por uma verdade interior que nele habita. Esta verdade que está em cada um e o ensina não se explica pela experiência psicológica, essencialmente variável, mas pela iluminação com que Cristo dota a alma racional. Por isso, o que torna possível o conhecimento verdadeiro e pleno é o Mestre interior, ou sejam as verdades imutáveis do Verbo divino que iluminam a alma; o mestre humano é somente útil, e na medida em que «o amor» lhe nutre a atividade, enlaçando em íntima comunhão a sua alma com a do aluno, e sabe proporcionar o exercício da atividade sensível, quando se trata de juízos sobre o mundo externo, ou a apreensão da intuição intelectual, quando se trata de objetos inteligíveis. Assim, segundo o De magistro, ensinar não consiste em falar, mas em conduzir o aluno a voltar-se para si mesmo e a proporcionar-lhe aos sentidos e ao intelecto o ensejo de apreenderem verdades latentes e a razão de ser do que se pretende dar a conhecer, e que nunca podem ser recebidas exteriormente, como coisa