Resumo doces poderes
Assistindo "Doces Poderes" é possível ver que o filme procura mostrar a influência da mídia numa campanha eleitoral marcada pela corrupção .
Aceitando o cargo de chefe da sucursal de Brasília de uma grande rede de televisão, a jornalista Bia Jordão viaja para a capital do país em pleno período eleitoral.
Ao mesmo tempo em que se surpreende com a debandada de colegas de profissão (todos agora trabalhando junto a políticos em outros estados), Bia reencontra seu antigo amor, na pessoa de Chico Silva, deputado e ex-militante da esquerda e que está coordenando a campanha do candidato de esquerda Luizinho Vargas ao governo do Distrito Federal, em oposição ao liberal e demagogo Ronaldo Cavalcanti.
As tentativas de fazer um jornalismo sério e realizar uma cobertura imparcial da campanha encontra obstáculos quando Bia recebe pressões de seus superiores do Rio de Janeiro para amenizar as denúncias contra Ronaldo, e quando a assessoria deste, preocupada com o crescimento do negro e humilde Luizinho nas pesquisas, passa a se utilizar de meios como a chantagem para conter o adversário.
Apesar de ser uma narrativa ficcional é uma bela reportagem porque parece querer apresentar uma versão fiel de uma realidade que não se pode ver na mídia.
A melancolia dos perdedores do filme é algo que pode se tornar um apelo à falta de ética na profissão. No entanto, a diretora Lucia Murat parece buscar a profundidade e não o discurso. A melancolia dos perdedores é um alívio para a alma, um recomeçar.
O trabalho de Murat é competente, convincente. Antônio Fagundes está perfeito no papel do deputado Chico Silva. Marisa Orth também apresenta uma boa atuação.
Enfim, embora não seja um filme premiado, "Doces Poderes" merece ser visto, principalmente pela forma como tenta mostrar os bastidores do