Resumo do texto: Filosofia da Educação e Filosofia para Crianças
Segundo o autor, Filosofia para Crianças emerge das concepções de Filosofia da Educação desenvolvidas por Lipman. A referência da qual parte Lipman é Dewey, que em 1916 já havia alertado para a íntima associação entre Filosofia e educação: “A Filosofia da educação não é a aplicação exterior de idéias já feitas a um sistema de prática escolar que tivessem origem e meta radicalmente diversas: é apenas uma formulação explicita dos problemas da formação de uma mentalidade reta e de bons hábitos morais, tendo-se em vista as dificuldades da vida contemporânea.
Vale a pena lembrar que a proposta deste filósofo não é a mera introdução de um Programa de ensino de Filosofia em sala de aula, com uma hora semanal e com materiais didáticos como as novelas filosóficas para alunos e manuais para o professor ou qualquer outro material didático para este fim. A filosofia é um instrumental necessário na vida das pessoas na luta cotidiana para dar sentidos à existência e conduzir melhor a experiência. Por isso, é necessário aproximar a filosofia à vida das pessoas, não para memorizar as ideais dos filósofos, mas para pensar reflexivamente a experiência, construindo e reconstruindo permanentemente as crenças. Isto se consegue privilegiadamente pela educação. A criança, desde muito pequena, está imersa numa experiência de pensar e refletir sobre seu próprio pensar. Sua experiência contém multiplicidade de problemas. Seguidamente ela se coloca perguntas sobre aspectos que envolvem conceitos como verdade, justiça, bondade, autoridade, amizade, realidade, amor, conhecimento, felicidade, etc. Para significar sua experiência ela necessita e aprecia o pensar filosófico.