RESUMO DO LIVRO “ELEMENTOS DE FILOLOGIA ROMÂNICA” - Os Possessivos
PRONOMES RELATIVOS E INTERROGATIVOS
As raízes ind.-eur. dos relativos lat. tinham caráter adverbial, com vestígios na fase arcaica. Partindo das raízes adverbiais, o lat. apresenta os relativos qui, quae, quod, ao lado dos interrogativos quis, quid. A proximidade de formas levou a igualdade à declinação dos dois tipos, com distinção apenas do nominativo quis e quid. Por analogia com quis, em que não se distinguia o masc. do fem., o relativo masc. qui passou a designar também o fem., causando o desaparecimento do quae. O interrogativo é indiferente ao número, portanto também o relativo singular não se distingue do plural nas línguas românicas.
As formas interrogativas não incluem a noção de número, então, a necessidade de expressar essa ideia deve ter levado ao emprego do qualitativo qualis na função de interrogativo, pois este tem plural nas línguas românicas.
O genitivo cuius?, “de quem”, em latim era usado como interrogativo-possessivo, de onde provém em português o cujo, cuja, cujos, cujas. Na função nominativa, o port. e cast. que pode provir tanto de qui como de quem.
De modo geral, as línguas românicas fundiram completamente os interrogativos quis, quid e os relativos qui, quae, quod, tanto nas formas pronominais como nas atributivas. Por isso, a posição e a entonação são índices importantes de cada um desses valores. Formações novas nesse contexto são bastante raras.
O interrogativo e relativo qualis (qual?, que tipo de) foi introduzido mais tarde, não parecendo ter pertencido ao lat. vulg. Como pronome relativo, é normalmente empregado com artigo; semanticamente, de algum modo seu significado primitivo se faz presente com a ideia de qualidade, havendo por isso leve diferença semântica entre ele e os advindos que qui.
As línguas românicas mantiveram a indistinção dos relativos e interrogativos quanto ao número, mas diferenciam o animado do mundo inanimado, Assim, port. quem refere-se a seres