Resumo do livro "O cortiço"
Piedade tinha passado a noite esperando o marido desesperada pelo fato de ele nunca ter se demorado tanto antes. Rogava a todos os santos, foi ao portão da estalagem para verificar se o via, perguntando por Jerônimo para algumas pessoas. Depois foi à esquina, e voltou para casa às dez e meia. Deitou-se de roupas e sem apagar totalmente a luz do candeeiro. Não dormia, e pensava até mesmo que seu marido podia estar metido em novas confusões, quem sabe, outra navalhada. Pensou também em Firmo, e em muito, muito sangue. Por várias vezes se levantou com algum barulho, e indo verificar, não era seu marido. Com a chegada da chuva, seus delírios aumentavam. Ela rezava olhando para a imagem de Nossa Senhora de Aparecida, e tinha medo por estar sozinha ali. Queria chorar, e quando viu um par de calças pendurados com um paletó e um chapéu, lhe veio na cabeça a imagem de alguém enforcado. Bebeu um pouco d´água e ficou atenta a qualquer barulho na esperança de que o marido chegasse. A chuva forte tinha cessado, e ela agora pensava que a qualquer momento um fantasma viria para dar-lhe más notícias sobre Jerônimo. Abriu a janela para tentar descobrir que horas eram, mas um vento entrou apagando o resto de iluminação na casa. Achou os fósforos depois de tatear por toda a parte, acendendo novamente o candeeiro. Com a chuva que pegou na janela, sentiu febre e caiu na cama. Ouviu vozes abafadas lá fora, quis sair para perguntar sobre o marido, mas o calafrio de febre que sentia não a deixou ir. Às cinco horas ela já escutava o zum-zum de gente lá fora. Pensou ter ouvido a voz de Jerônimo conversando com outra mulher, mas ficou na dúvida, e foi para a janela, e as vozes pararam. Pouco a pouco o dia veio clareando, e a gente do cortiço pigarreava e bocejava, enquanto o cheiro do café invadia aquele espaço. Piedade saiu, contando a machona que Jerônimo não tinha dormido em casa, e ela tinha passado a noite sem dormir. E ia contando a todos sobre a noite, chorando e