Resumo do livro entrevista, o diálogo possível.
A entrevista pode ser apenas uma eficaz técnica para obter respostas pré-pautadas por um questionário. Mas certamente não será um braço da comunicação humana, se encarada como simples técnica. Esta - fria nas relações entrevistado-entrevistador ? não atinge os limites possíveis da inter-relação, ou, em outras palavras, do diálogo. Se quisermos aplacar a consciência profissional do jornalista, discuta-se a técnica da entrevista; se quisermos trabalhar pela comunicação humana, proponha-se o diálogo?. (p. 5)
Em Entrevista: o diálogo possível, Cremilda de Araújo Medina defende uma relação humanizada no ato da entrevista jornalística. A autora afirma que a inter-relação verdadeira ocorre quando entrevistador e entrevistado são modificados pelo contato que tiveram e se estabelece um vínculo EU-TU, suplantado o limite estanque formatado na redação.Nos 17 capítulos da obra, Medina tenta estabelecer um diálogo com o leitor explicando de forma didática como o processo de interação social da entrevista deve ser realizado para tornar-se mais produtivo.Entrevista: o diálogo possível trata da já mencionada “descoisificação” do entrevistado por - Martin Buber - , que deve ser encarado como pessoa, não apenas como fonte de informação contribuindo para a autenticidade e a busca da verdade.Cremilda Medina cita também Edgard Morin, que acredita que o repórter deve demonstrar uma postura tranqüilizadora e aberta, pronto a ouvir o outro. Baseada no teórico francês, Cremilda trata de dois grandes grupos da entrevista: aquela que visa espetacularizar o ser humano e a entrevista que tem por objetivo compreendê-lo.A autora apela à sensibilidade do repórter e a sua criatividade para que o diálogo seja alcançado. Destaca que a entrevista deve servir para a pluralização das vozes, não para que se manifestem apenas as opiniões dos mesmos grupos. Desta conclusão parte a crítica de Cremilda aos entrevistados habitués,