Resumo do cap. do livro: mobilidade das fronteiras
Ao longo da construção do saber geográfico, a visão se fez como principal ferramenta, servindo de base para a descrição das paisagens. O “olhar físico” era voltado apenas o “real” e o “concreto” do mundo, ou seja, nos métodos tradicionais de se fazer geografia, tudo que era alcançado apenas pela visão era interpretado. Contudo, o que o autor alerta, é que se deve pensar se somente com a visão a geografia consegue elaborar uma crítica concreta da realidade socioespacial.
O autor traz para o campo em debate o depoimento do fotógrafo cego Evgen Bavcar, que registra suas fotos baseadas no tato e na audição. O seu “olhar” não se faz com a visão e sim com os sentidos que remetem a ele as sensações do mundo ao seu redor. Outro fator fundamental na construção desse “olhar” é a experiência que o sujeito traz consigo, ou seja, o seu “olhar” será afetado pelo que conhece: “o que um observado vê é afetado pelo seu conhecimento”.(CHALMERS, p.50) A teoria deve ser entendida antes de haver observação, isso pode ser explicitado em trecho de Chalmers: “... as teorias precedem as observações na ciência”(CHALMERS, p.59), “sendo assim, somente o olhar teórico pode auxiliar no aperfeiçoamento do olhar físico”.(HISSA, p.182). Entretanto, deve-se considerar que mesmo a teoria pode ser equivocada, exigindo assim um aperfeiçoamento e ampliação do conteúdo teórico.
A geografia não deve se contentar somente com que os olhos conseguem enxergar, mas “qualificar a invisibilidade do visível” (HISSA, p.183), buscar a “essência” do seu objeto em estudo, transformando o tradicional “olhar físico” em “olhar espacial”.
O OLHAR E A LEITURA A GEOGRAFIA E O TEXTO
A geografia é caracterizada pelo autor, basicamente, em três partes: o olhar, as imagens e a leitura. O olhar seria a observação, não limitada somente ao visível, mas sim a busca da essência da realidade socioespacial. As imagens seriam as informações captadas pelo olhar, “formas, volumes e