Resumo de Crise na Educação em Hannah Arendt
RESUMO
Com implicações sociais e políticas a crise da cultura, segundo o pensamento de Hannah
Arendt, foi gradualmente se fazendo sentir a partir da ascensão da burguesia que se, em um primeiro momento, desprezou tudo que não possuísse valor material e utilidade imediata, em seguida passou a monopolizar a arte, convertendo a “cultura” em um meio de adquirir status social. Tal transformação da cultura em uma verdadeira arma para a progressão social e para a educação do chamado “homem polido” acabou levando os objetos culturais a assumirem um valor de troca fazendo com que obras imortais do passado perdessem seu atributo essencial de arrebatar o leitor, espectador emocionando-o através dos séculos. A partir daí, pressentindo o perigo de serem banidos para um mundo de futilidades refinadas, alguns artistas se rebelaram contra a sociedade engendrando o que se costuma chamar de “contracultura”, termo usado para designar a produção artística de repúdio à transformação da cultura em um meio para o refinamento social.
A crise do mundo contemporâneo, inserindo-se aí a crise na cultura, na ótica de Hannah Arendt, se reflete na perda de padrões morais e categorias políticas usuais que assinalam uma ruptura com a tradição geradora da lacuna entre o passado e o futuro. Obviamente, tal lacuna não se dá no próprio tempo, mas se traduz em evento limitado à repetição de “velhas verdades” que já não apresentam vínculo algum com a experiência.
Neste sentido, não se pode deixar de considerar que, em Arendt, uma “crise” não se reveste apenas do caráter negativo que define determinado fenômeno a partir de seus aspectos desastrosos, mas antes, instiga a reflexão e fomenta a busca por respostas prenhes de novos significados para a realidade da existência humana.
Há que se evidenciar, também, que ao se referir a uma ruptura com a tradição, Hannah Arendt está fundamentalmente se reportando à