Resumo Concepções de linguagem e ensino de portugues E A linguagem em uso
Antes de qualquer consideração específica sobre a atividade de sala de aula, é preciso que se tenha presente que toda e qualquer metodologia de ensino articula uma opção política – que envolve uma teoria de compreensão e interpretação da realidade – com os mecanismos utilizados em sala de aula.
Ora, no caso do ensino de língua portuguesa, uma resposta ao “para quê”? Envolve tanto uma “concepção de linguagem” quanto uma postura relativamente à educação. Uma e outra se fazem presentes na articulação metodológica. Por isso são questões prévias. Atenho-me, aqui, a considerar a questão da concepção de linguagem, apesar dos riscos da generalização apressada.
Fundamentalmente, três concepções podem ser apontadas: a linguagem é a expressão do pensamento a linguagem é instrumento de comunicação a linguagem é uma forma de inter-ação
Estudar a língua é, então, tentar detectar os compromissos que se criam através da fala e as condições que devem ser preenchidas por um falante para falar da forma que fala em determinada situação concreta de interação.
Tal perspectiva, ao jogar-nos diretamente no estudo da linguagem em funcionamento, também nos obriga a uma posição, na sala de aula, em relação às variedades linguísticas. Refiro-me ao problema, enfrentado cotidianamente pelo professor, das variedades, quer sociais, quer regionais. Afinal - dadas as diferenças dialetais e dado que sabemos, hoje, por menor que seja nossa formação, que tais variedades correspondem a distintas gramáticas -, como agir no ensino?
A transformação de uma variedade linguística em variedade "culta" ou "padrão" está associada a vários fatores, entre os quais Gnerre aponta:
• a associação dessa variedade à modalidade escrita;
• a associação dessa variedade à tradição gramatical;
• a dicionarização dos signos dessa variedade;
• a consideração dessa variedade como portadora legítima de uma tradição cultural e de uma identidade nacional.
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