Resumo Aptidão dos Solos
De acordo com os múltiplos relatórios e modelos de simulação publicados nas últimas décadas, a fotografia do ecossistema planetário tem passado por diversas e sombrias mutações. Com isso, percebe-se nitidamente que o momento atual impõe o reconhecimento de que a humanidade atravessa um período de autêntica transição ecológica, exigindo uma reavaliação de conceitos e, certamente, mudanças de procedimentos.
Nesse contexto, deve-se enfatizar não apenas a importância, como também a necessidade de estudos sobre a avaliação da aptidão das terras, pois, além de ser um instrumento imprescindível para a elaboração de zoneamentos, é um fator básico para o estabelecimento da “coerência ecológica” (uso dos recursos naturais, segundo sua aptidão), evitando a sub ou sobreutilização dos ecossistemas.
A capacidade de uso da terra pode ser conceituada como a adaptabilidade da terra às diversas formas de utilização agrícola, sem que ocorra o depauperamento do solo pelos fatores de desgaste e empobrecimento.
Em termos de avaliação do potencial das terras, apesar da existência de diversos sistemas, no Brasil os mais adotados são: o sistema de avaliação da aptidão agrícola das terras (Ramalho-Filho & Beek, 1995) e o sistema de capacidade de uso (Lepsch, 1991).
Sistema de avaliação da aptidão agrícola (Ramallho Filho & Beek): Tendo em vista práticas agrícolas ao alcance da maioria dos agricultores, são considerados três níveis de manejo, visando a diagnosticar o comportamento das terras em diferentes níveis tecnológicos. Para permitir a representação desses diferentes tipos de uso, conforme os níveis de manejo, o sistema de classificação é estruturado em grupos, subgrupos e classes de aptidão (Ramalho Filho et al, 1983; 1995).
Sistema de capacidade de uso da Terra (Lepsch)
A classificação da capacidade de uso é constituída por quatro níveis hierárquicos estruturadas nas categorias: grupos, classes,