Resumo Aprenda a ser otimista
Ensinar as crianças o otimismo antes da puberdade, mas com idade suficiente na infância, de forma que elas se tornem metacognitivas (capazes de pensar sobre o pensar), é uma estratégia que traz bons resultados. Quando as crianças que passam pelo programa de treinamento usam suas habilidades para lidar com suas primeiras rejeições na puberdade, elas melhoram cada vez mais na aplicação dessas habilidades. Nossa análise mostra que a mudança do pessimismo para o otimismo é, pelo menos parcialmente, responsável pela prevenção de sintomas depressivos.
Uma característica definidora dos pessimistas é sua tendência a acreditar que as vicissitudes são irremovíveis, que minam insidiosamente todas as suas atividades e que são os únicos responsáveis por elas. Já os otimistas, sujeitos aos mesmos trancos deste mundo, encaram o infortúnio de maneira oposta. Acreditam geralmente que um insucesso é apenas um contratempo passageiro, que as causas se restringem ao caso em questão. Os otimistas não se julgam culpados de eventuais malogros: acham que são provocados por circunstâncias desfavoráveis, falta de sorte ocasional, ou outras pessoas. Os reveses não abalam sua estrutura; confrontados com uma situação adversa, enfrentam-na como um desafio a ser vencido com redobrado empenho.
Essas duas maneiras de interpretar as causas da infelicidade têm consequências distintas. Literalmente, centenas de estudos demonstram que os pessimistas desistem com mais facilidade e ficam deprimidos com mais frequência. As pesquisas também indicam que os otimistas saem-se melhor no colégio e na universidade, no trabalho e nas competições esportivas. Quase sempre excedem as previsões dos testes de aptidão. Quando se candidatam a cargos eletivos, os otimistas têm mais chances de serem eleitos do que os pessimistas. Sua saúde é excepcionalmente boa. Envelhecem bem, menos propensos do que a maioria dos mortais aos males que geralmente acometem as pessoas de meia-idade.