Resumo -Acidentes de trabalho na construção civil identificados de prontuários hospitalares
A Indústria da Construção Civil (ICC) é uma das que apresenta as piores condições de segurança, em nível mundial. A ICC apresenta, então, um dos maiores índices de ocorrência de Acidentes de Trabalho (AT). Os empregados da ICC apresentam instabilidade empregatícia; em épocas de crescimento do setor, são recrutados da zona rural ou de estados mais pobres sem nenhum treinamento específico e, portanto, sem qualificação profissional. Diante do exposto, o presente estudo teve com principal objetivo verificar em registros escritos, efetuados por profissionais da área da saúde, que atenderam pacientes acidentados em um serviço público, o número de AT acontecidos e suas possíveis relações com o trabalho executado por aqueles pacientes que eram trabalhadores da construção civil, os quais procuraram atendimento à saúde no período de dois anos. Como objetivos específicos pretendeu-se verificar o número de pacientes/trabalhadores da ICC que sofreram acidentes de trabalho, suas características e a distribuição acidentária pelas causas que os provocaram e as partes do corpo lesadas em sua decorrência. A investigação foi realizada em Ribeirão Preto, SP, em um hospital-universitário. Levantaram-se 14,873 registros, referentes ao período, relacionados a 6.122 prontuários hospitalares, cada um referente a um paciente atendido. Dos 6.122 prontuários hospitalares, 618 referiam-se a pacientes/trabalhadores com AT, o que significa 10,09% em relação a esse total de prontuários. Destes 618 acidentados, 150 (24,27%) eram da Construção Civil. A maioria dos acidentados apresentava faixa etária entre 21 e 40 anos. As tarefas exigidas para os trabalhadores do setor são árduas e difíceis de serem realizadas por pessoas de idades extremas (ou muito jovens, ou de muita idade), o que acaba explicando os resultados encontrados. As causas de AT predominantes do presente estudo foram as quedas, acontecidas em