Resumo acadêmico
Salvador (1978: 17-19), ao discutir métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica, define o gênero como “uma apresentação concisa e freqüentemente seletiva do texto de um artigo, obra ou outro documento, pondo em relevo os elementos de maior interesse e importância”. Baseando-se nas normas da ABNT, o autor classifica o resumo em três categorias, relacionadas ao tipo de informação que divulgam: indicativo, que não dispensa a leitura do texto; informativo: contém as principais informações apresentadas no TF, dispensando assim a leitura desse; crítico: também chamado de resenha crítica, que formula julgamento sobre o trabalho que é resumido.Tendo em vista o produto final, Salvador define um outro gênero textual: o resumo de assunto.Medeiros(1991) inova ao apresentar uma quarta categoria que conjuga duas já existentes: o resumo indicativo/informativo, que dispensa a leitura do texto-fonte quanto à conclusão, mas não quanto aos aspectos tratados. Medeiros também trata de outros gêneros textuais que circulam no âmbito acadêmico, tais como o fichamento, onde o autor propõe que pode ser realizado pelo estudioso com diferentes funções, do que derivam variados tipos de fichas: ficha de indicação bibliográfica; ficha de assunto; ficha de transcrição; ficha de resumo; ficha de comentário. As diferentes categorias estabelecidas para resumo pautadas na ABNT acentuam a confusão terminológica, uma vez que as nomenclaturas adotadas confundem-se com a denominação dada por outros manuais aos mesmos gêneros acadêmicos, como por exemplo: resumo indicativo e fichamento; resumo crítico e resenha. Essa confusão terminológica traz conseqüências para a produção do resumo tanto para o professor como para os alunos que muitas vezes não conseguem chegar a um consenso quanto à expectativa um do outro. Na concepção de Bakhtin (1952/1992[1], p. 279), os gêneros são padrões relativamente estáveis de texto, que se constituem historicamente pelo trabalho lingüístico dos