Ressurreição
☻O Dr. Félix se levanta e vai para a janela admirar a paisagem. Tudo está muito bonito, como se o mundo colaborasse para o bem-estar de todos. Tudo parece mais um dia que vem para nos alegrar e nos fazer esquecer que estamos um dia mais perto da morte.
☻No entanto, Dr. Felix realmente estava contemplando a magnificência do céu? Ele parecia mais interrogar o futuro que estava por vir quando ele olhava para aquele céu. ☻Depois fez uma cara de tédio e desceu para a cozinha a fim de esperar a hora do almoço.
☻Dr. Felix já estava na casa dos trinta anos e ainda era um rapaz vadio e desambicioso, já que sua vida tinha sido uma mistura de elegia e meladroma, até que recebeu nas mãos uma herança inesperada que o tirou da pobreza.
☻Felix conhecera o trabalho no tempo em que precisava dele para viver. Alcançou os meios de não pensar no dia seguinte e entregou sua alma a serenidade do repouso de ocupações elegantes e intelectuais.
☻Ele tinha as feições corretas, a presença simpática, e reunia à graça natural a apurada elegância com que vestia. A cor do rosto era um tanto pálida, a pele lisa e fina. A fisionomia era plácida e indiferente, mal alumiada por um olhar de ordinário frio, e não poucas vezes morto.
☻È um homem complexo, incoerente e caprichoso.
☻Possuía dupla personalidade. Uma era natural e espontânea, enquanto a outra era calculada e sistemática. E quando as duas se juntavam, era difícil de defini-las.
☻De repente aparece um homem chamando Viana com aproximadamente quarenta anos de idade trazendo uma carta ao doutor que imediatamente a lê. Era um convite do coronel para uma reunião.
☻Viana era um homem essencialmente pacato com a mania de parecer libertino, mania que lhe resultava da freqüência de alguns rapazes. Era casto por princípio e temperamento.
☻Os dois então conversaram, trocaram elogios entre outras coisas.
☻Viana era um parasita consumado, cujo estômago tinha mais capacidade que preconceitos, menos sensibilidades que disposições.