Filosofia
Ética do Conhecimento e a Cópia de Trabalhos Escolares
(ou sobre a avaliação acadêmica por meio de trabalhos escolares)
Davi A. Marski Filho
Abril de 2005.
Não sou professor, orientador ou alguém iniciado nas artes da pedagogia, entretanto, tenho a péssima sensação de que estamos frente a um problema educacional sério que envolve a formação dos alunos nos ensinos Fundamental e Médio e a seriedade do Ensino Superior. Creio que a instituição educacional está preparando hábeis copiadores ao invés de bons estudantes – e a cópia de trabalhos acadêmicos não é uma novidade moderna. Ocorre que com o avanço dos métodos pedagógicos e o com os avanços da tecnologia, poderíamos imaginar que a prática da avaliação por meio da elaboração de trabalhos escolares fosse algo fadado ao desuso, mas não é isso que constatamos em grande parte das escolas! Ao contrário, este método de avaliação persiste de forma perniciosa e daninha. Antes do computador, o aluno desonesto copiava trabalhos ipsis literis de enciclopédias e compêndios acadêmicos (que inclusive eram – ou ainda são? – vendidos como dignos de mérito no próprio ambiente escolar). Claro que com o advento da tecnologia tudo ficou muito fácil : basta “copiar-e-colar” e pronto! Mais um “trabalho” finalizado.... Não é necessário ser um expert no assunto para constatar que a escola de ensino médio e fundamental produz uma gama enorme de pessoas despreparadas. A universidade, por sua vez, pouco interessada no processo de construção de conhecimento, reproduz o mesmo modelo. Existe uma espécie de cumplicidade e promoção da ignorância. Existe certa displicência por parte do educador que embasado em sua autoridade e ignorância exime-se de preparar aulas com conteúdo ou preocupação em transmitir o processo da aquisição do conhecimento: é muito mais fácil agradar os pais e alunos fingindo que a avaliação através de trabalhos escolares vagos e sem foco