Resenha
No âmbito das relações interpessoais a violência contra as mulheres pode se apresentar como agressões físicas, emocionais ou psicológicas. No âmbito das relações sociais a violência pode se apresentar no menor acesso a recursos materiais e simbólicos e a espaços de poder e de tomada de decisão, o que gera maiores niveis de pobreza e dependência ecônomica entre as mulheres. Essa desvalorização social da população feminina alimenta preconceitos e estereótipos, que se refletem nas relações interpessoais. As instituições atuam como mediadoras entre a violência social e a violência interpessoal, assumindo, assim, um importante papel na reprodução da violência tanto quanto na quebra do circulo da violência.
Embora seja sabido os efeitos que a violência provoca na saúde física e mental das mulheres, os casos costumam ser pouco relatados nos serviços de saúde e de segurança pública, o que pode ser atribuído à dificuldade dos serviços em reconhecer e diagnosticar a violência. No entanto, os serviços que acolhem as mulheres que vivenciam situações de violência são fundamentais para dar visibilidade ao problema, e os profissionais devem estar aptos a reconhecê-lo e ajudar as mulheres a reelaborar sua experiência no sentido da desnaturalização e desculpabilização.
Em 1985 foi criada a primeira Delegacia de Defesa da Mulher, na cidade de São Paulo, com a pretensão de ser um espaço no qual as mulheres em situação de violência pudessem se sentir seguras a denunciar seus agressores. O atendimento deveria ser realizado exclusivamente por mulheres e contar, além do corpo de policiais, com apoio psicológico e social.
Em 2006 foi sancionada a Lei Maria da Penha, que mudou o tratamento legal da violência doméstica e conjugal, com a possibilidade de prisão do agressor em casos de flagrante ou a decretação de sua prisão preventiva.
Em 2004 foi assinado pelo Presidente da República o