Resenha
Antônio*
Fernanda Prado**
Isabela Melo***
Em obra composta por três capítulos, Mota nos presenteia com um estudo cujo objetivo é discutir a prática do Serviço Social na empresa capitalista. Ela inicia explicando o título da sua obra: “O Feitiço da Ajuda: As determinações do Serviço Social na Empresa”, esclarecendo que o capitalista constrói uma “estratégia” para o trabalhador, utiliza de algumas formas humanitárias para proporcionar o bem estar do empregado e de sua família, através da “promoção social”. Logo, o trabalhador esquece a sua condição de explorado e ainda classifica a empresa como “amiga” que os “ajuda”, e, com isso, o capital torna-se humanitário e seu objetivo maior que é o aumento da produtividade fica acobertado como “ajuda” aos seus empregados.
Através desta obra, a autora apresenta uma proposta de práticas e ideias de alguns profissionais de Serviço Social da América Latina, onde evidencia o movimento de Reconceituação da profissão. De acordo com Mota, o Serviço Social começou a ser inserido de forma mais intensa nas empresas quando também acontecia o movimento de Reconceituação, já que, a expansão do capital envolve novas necessidades sociais, as empresas requisitavam este profissional para executar serviços sociais e desenvolver um trabalho assistencial e educativo junto ao empregado e sua família. Estes serviços sociais eram realizados para garantir a qualidade da força de trabalho exercida pelos empregados, para que a produção não fosse afetada por carências materiais ou por qualquer outro tipo de comportamento que pudesse atrapalhar este processo. Em vista disso, pode-se afirmar que o Serviço Social intervém nesta relação contraditória, servindo tanto ao capital quanto ao trabalhador, pois este profissional é solicitado pela empresa para atender ao trabalhador para ampliar a produtividade, ou seja, o capital.
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