RESENHA
Euclides da Cunha fez em Os Sertões um relato detalhado de uma das maiores batalhas no período inicial da República brasileira, a Guerra de Canudos.
Enviado pelo O Estado de São Paulo, o autor fez uma descrição detalhada de tudo que presencio. O livro é dividido em três partes: “A Terra”, “O Homem” e “A Luta”
Em “A Terra” o autor faz uma descrição dos aspectos naturais da região, posições geográficas, formações geológicas, constituição da vegetação, curso de rios, relevo e variações climáticas. Narra os contrastes da paisagem no deslocamento do litoral para o interior e o isolamento da região, os poucos contatos externos que tiveram, com raras e rápidas pesquisas. Ele também tenta explicar os motivos pelos quais a região é castigada pelas secas e tenta apontar soluções. Baseado sempre em pesquisas e declarações de outras pessoas, mostra que as secas acontecem em um intervalo regular de anos e põe o homem como principal agente disto tudo.
“O Homem” apresenta estudos antropológicos e a origem pré-histórica dos índios. A formação dos mestiços pelos três elementos étnicos do país: índios, negros e brancos. Mas foca no tipo de mestiço mais presente na região, o mameluco ou curiboca resultado do cruzamento de brancos e índios, o autor explica que o negro ficava concentrado no litoral para o trabalho, e mesmo quando fugia seus esconderijos não se dirigiam muito para o interior.
Com a diferença de clima entre a região sul e norte, tenta caracterizar os homens que moram nessas regiões. Destaca o vaqueiro e suas características mais marcantes, o folclore, os hábitos e as tradições devido ao isolamento da região, a importância da honra e da religião, além do modo de vestir único. Descreve o seu jeito desengonçado e lento, mas já repara que em momentos extremos ele surpreende. Destaca o grande apego a tradição religiosa dessa população, muitas vezes a única forma de combate a uma doença é a reza.
“A Luta” descreve o desenrolar das várias batalhas da