Resenha
Danilo Marcondes, no livro “iniciação à história da filosofia”, fala sobre as diferenças entre os pensamentos dos Sofistas e de Sócrates. Apesar de serem visões opostas, ambos tratam da problemática ético-política. Essa problemática surge num contexto de implantação de democracia e de uma progressiva secularização da sociedade. Nesse contexto o diálogo ganha papel fundamental, já que na democracia as decisões são tomadas em reuniões ou assembléias, e cabem, portanto, discussões e argumentações. Com o surgimento da filosofia e do pensamento científico, ocorrem, também, mudanças culturais, no teatro, por exemplo, e surgem as ciências e as artes do discurso. As tradições anteriores a esse pensamento continuam, porém, no discurso filosófico, a transição é progressiva.
Os sofistas surgem no contexto da implantação da democracia, eram mestres que forneciam seus ensinamentos de retórica e discurso aos políticos. Preparavam os cidadãos para a participação política. Suas principais idéias eram o humanismo e o relativismo. Acreditavam que todo o conhecimento é proveniente da percepção e das circunstâncias da situação em que se vive, portanto pode variar e as decisões da vida prática, seriam, portanto, baseadas em opiniões, que por sua vez, seriam construídas por meio da persuasão e do consenso. Como utilizavam do discurso retorço, os sofistas motivaram o estudo da linguagem, da gramática e da poética.
O nascimento da filosofia clássica é marcado pelo pensamento de Sócrates, que foi condenado a morte após seu julgamento, em que se defendeu através de um discurso em que não negou suas acusações e ironizou seus acusadores. Sócrates foi o primeiro a discutir a independência do pensamento. Toda a sua filosofia foi registrada por seus seguidores, o principal deles foi Platão. Os registros foram feitos através de retratos de seus diálogos nas praças de Atenas com seus seguidores e adversários. A filosofia socrática é