resenha
Por algum tempo hesitei em ler este livro, ou melhor, essa história a história de Liesel Meminger mas quando decidi ler não me arrependi. Apesar de o início da narrativa ser meio lenta e entrecortada com fatos soltos e aparentemente sem nexo aos poucos a narradora nesse caso a morte começa a conquistar o leitor, ainda desconfiado e se perguntando como seria uma história contada por ela. Assim como Liesel aos poucos vamos deduzindo o que aconteceu com sua família biológica, a menina que não entende por que foi morar com outra família vai se adaptando ao seu novo lar, e aos poucos se sentindo em casa novamente, mesmo com os constantes pesadelos, estes que a acompanham todas as noites e que o pai Hans Hubermann vai ajudando a frágil Liesel a lidar e não a superar, pois os fantasmas de seu irmão morto durante a viagem de trem e de sua mãe não a abandonam. É a partir desses dados que começamos a conhecer a sacudidora de palavras ou a menina que roubava livros.
O livro traz ao longo de suas quase 500 páginas personagens que acabam nos conquistando, cada um com sua singularidade, Rudy Steiner melhor amigo de Liesel e também apaixonado por ela vai crescendo ao longo da narrativa, tornando-se um personagem cativante, não só para o leitor como também aos olhos de Liesel, juntos a dupla vive momentos inesquecíveis. Apesar do título o roubo de livros não é a história central, mas o significado dos roubos se a vida toma algo de você, você deve tomá-lo de volta é através das palavras que Liesel encontra um novo caminho, um sentido para sua própria vida, são as palavras que a tornarão quem ela é. Ela encontra na literatura consolo para suas perdas, sua angústia e inspiração para ajudar as pessoas que estão próximas. A narradora nos guia com sensibilidade como a roubadora de livros interage com os outros personagens e se torna necessária em momentos cruciais na vida de alguns deles. A sua maior paixão também foi sua salvação.