RESENHA
Ame e dê vexame. O título expressa bem a mensagem dessa obra, amar sem se importar em dar vexame, pois o ridículo é parte essencial do amor.
É como diz Fernando Pessoa: “Todas as cartas de amor são ridículas,mas apenas quem não escreve uma carta de amor que é, de fato, ridículo. Roberto Freire não só associa amor e liberdade, mas os concebe indissolúveis, pois amar é querer que o outro seja amado, e consequentemente livre. É dessa forma que ele defende o amor anarquista. O autor argumente que a sociedade autoritária priva as pessoas das verdadeiras essências. Ele nos mostra uma série de instrumentos repressivos, entre eles o mais pernicioso é o ciúme, descrito como inerente de todas as relações da sociedade burguesa. Roberto Freire defende a liberdade no amor. Logo entende a homossexualidade como uma forma legítima de realizar a liberdade no amor. Para isso relata um interessante caso de um membro da Força Aérea americana: Matlovich, que foi condecorado por sua atuação no Vietnã, posteriormente foi expulso da corporação, por homossexualismo. Ele ficou famoso com a seguinte frase: “A Força Aérea me condecorou porque matei dois homens no Vietnã, e me expulsou por amar um.” Amei a segunda parte do livro,nela o autor relata alguns vexames vividos por ele, sempre com a intenção de desmoralizar o autoritarismo. Isso lhe causava um enorme prazer e alegria. Ele dizia que: A alegria é uma agressão e ofende porque provoca inveja e rompe pactos de mediocridade. O homem saudável é um revolucionário e alegre. Só o prazer nos dá o sabor da vida! Outra frase de Roberto Freire que exemplifica sua filosofia: “É o amor não a vida o contrário da morte!” Com isso deixa claro que a razão e o sentido de sua existência é estar apaixonado, não por outra pessoa,mas pelos prazeres da vida. E termina o livro com um sublime poema: “Porque eu te amo, tu não precisas de mim. Porque me amas, eu não preciso de ti. No amor