Resenha
Isaiah Berlin inicia seu texto justificando a existência da Teoria Política e Social. Segundo ele, é a discordância dos homens sobre os objetivos da vida que impulsiona tais estudos, pois eles só existem a partir dela. Em seguida, atenta para o fato de que nunca houve, na história moderna, um momento onde doutrinas sociais e políticas fossem defendidas com tanto fanatismo como o momento atual. O autor cita então o poeta alemão Heinie, que alertava sobre o poder das ideias nas civilizações e aproveita para criticar a atividade dos filósofos modernos, que segundo Berlin, “parecem estranhamente inconscientes desses efeitos devastadores de suas atividades”. Para iniciar a discussão sobre os dois conceitos de liberdade, Berlin coloca a questão da obediência e da coerção como questão central da política. “‘Por que devo obedecer a outro alguém? ’ ‘Por que não devo viver conforme minha vontade’ ‘Devo obedecer? ’ ‘Se desobedeço, posso ser coagido? ’ ‘Por quem, em que medida, em nome do quê e por causa do quê? ’”. A partir das respostas à essas perguntas, o autor inicia sua análise sobre liberdade. Segundo ele, coagir um homem é privá-lo da liberdade. No entanto, liberdade pode ter diversos significados e Berlin se dispõe a analisar dois deles, que são chamados por ele de “liberdade positiva” e “liberdade negativa”. Para definir “liberdade negativa”, o autor propõe a seguinte questão: qual é a área em que o sujeito é ou deve ter permissão de fazer ou ser o que é capaz de fazer ou ser, sem a interferência de outras pessoas? Dada a questão, Berlin explica e analisa este conceito. Segundo o autor, uma pessoa é considerada livre quando nenhuma outra interfere em suas atividades. Portanto se a área em que o homem poderia agir livremente é interferida por outro, pode-se dizer que este está sendo coagido ou até mesmo escravizado. O