resenha
O fato é que, a partir desse encontro, seus próprios pensamentos passaram, aos poucos, a se rebelar e incitar ideias e dúvidas que não existiam, ou que estavam escondidas demais para receber atenção. E quando as pessoas começam a pensar… Bem, isso quer dizer que, ao menos nesse caso, começam a evoluir.
Fahrenheit 451 é um dos livros pioneiros no gênero da distopia. Ray Bradbury constrói uma sociedade dominada por um governo totalitário e livre dos malefícios da reflexão, do pensamento e do conhecimento proporcionado pelos livros.
Dividido em três partes, o livro nos apresenta personagens interessantes, tanto na figura do chefe dos bombeiros – que pode ter o poder do conhecimento, mas prefere a ordem da ignorância -, quanto na figura do velho acadêmico resistente – que guarda segredos valiosos e ajuda a mudar o rumo dos acontecimentos (e, claro, da vida de Guy).
Passei quase quatro anos esperando pela leitura do livro e, honestamente, não me arrependo. O autor consegue passar uma mensagem impactante de forma direta, com uma história simples (apesar de um cenário elaborado) e personagens fáceis de lidar. Não adianta pensar com a cabeça de agora para entender o impacto da publicação de Fahrenheit 451. É necessário entender como as coisas eram naquela época – apesar de não serem tão diferentes assim agora, mas por outros motivos.
A verdade é que a história, publicada em 1953, num período pós-Guerra, quando o mundo era, de fato, dominado pelo autoritarismo, continua atualíssima. Seja pela alienação das pessoas na frente das grandes telas (de conteúdo controlado, porém interativo), ou pelo controle do conhecimento pela abolição dos livros, o mundo