Resenha

Publicado no ano de 1878, “O Primo Basílio” é um dos mais conhecidos e importantes romance do escritor português Eça de Queiroz, escrito em Portugal numa época de forte tendência realista, tempo que os romances eram escritos relatando a realidade da sociedade lisboeta. Através da ação das personagens são apresentados os casos típicos da vida social; a leitura da obra reporta a temas sempre presentes e surge como grande ataque a importantes entidades (a família, a igreja, a classe burguesa em Portugal); o escritor julga na obra, questões morais, éticas, sociais, opondo ideologias: de um lado as leis conservadoras enraizadas na sociedade, de outro lado questões reformistas e revolucionárias. O autor revela o principal objetivo do Realismo: criticar para corrigir; em “O Primo Basílio” denuncia e procura desvendar as mazelas existentes na sociedade, Eça escreve para que os burgueses (maioria leitora na época) se vejam nas cenas descritas na obra, trazendo aos olhos dos leitores os vícios e erros que são cometidos por eles próprios. O romance traz um tema bem marcante na estética realista, o adultério, e mostrando que a partir dos acontecimentos no meio social e das ações das personagens, a moral e o comportamento dos indivíduos são afetados, é por meio das ações que relata a influência do meio sobre o indivíduo. “O Primo Basílio” apresenta a vida de uma família aparentemente feliz e perfeita, porém o autor mostra que nem tudo é o que parece ser; escolhe enfocar o adultério como tema mais marcante, escandalizando os mais conservadores, atacando os hipócritas e trazendo a tona situações reais. O escritor age como um homem lúcido e consciente dos fatores sociais, é a sociedade da época e os vários tipos sociais representados no romance que revelam a situação decadente e deprimente de Portugal. O espaço da história é Lisboa, século XIX, enfatizando a casa de Luísa (protagonista) e Jorge (marido de Luísa), trazendo o subtítulo Episódio Doméstico, pois é na casa que