Resenha
GINZBURG, CARLO Tradução: BATISTA NETO, JÔNATAS Relações de Força, história, retórica, prova. Páginas 64 – 77.
64 Ginzburg abre o segundo capítulo apresentando Lorenzo Valla e seu estudo, o chamado constitutum Constantini, um documento que tivera imensa circulação por toda a Idade Média. Ele certificava que o Imperador Constantino, em sinal de gratidão para com o papa Silvestre, que o tinha milagrosamente curado da lepra, se convertera ao cristianismo, doando à igreja de Roma um terço do império.
65 Por tempos foi aceito a veracidade desse acordo, mas antes de Valla já se contestava tal documento, mas o trabalho de Valla foi transformador e ameaçador a igreja católica.
66 e 67 “A primeira versa sobre conteúdo, a segunda sobre as características formais da obra”. A primeira parte de vários diálogos imaginários envolvendo Constantino e seus filhos, e Constantino e o papa. Na segunda, desmonta a veracidade do documento mostrando seus erros e contradições.
68 “Nos últimos 25 anos, a noção de prova tem sido considerada como um traço característico (quase símbolo) da historiografia positivista. À prova se contrapôs a retórica e a insistência sobre a dimensão retórica da historiografia (levada até a identificação de ambas) tornou-se alma principal na polemica contra o tenaz positivismo dos historiadores”.
68 e 69 Ginzburg volta a dar importância a retórica, mas não como era à retórica fora Nietzche ou os sofistas.
70 O humanismo italiano contribuiu que a retórica deixa-se de ter o sentido negativo, assim como o próprio humanismo italiano que era compreendido como literário, verbal e vazio.
71 “Mas a divergência entre a posição de Kristeller e a de Struver atingia questões substanciais que versavam não sobre a maior ou menor importância da retórica, mas sobre seu significado”.
73 e 74 “A distinção que Quintiliano faz entre provas “técnicas” (Entechnoi) e “extratécnicas”