Resenha
Em algum momento da vida, todos nós esbarramos numa questão muito complicada de se responder: por que estamos aqui? Essa pergunta provoca muita angústia.
Porém no Oriente, onde o desenvolvimento espiritual é tão valorizado quanto o intelectual, as pessoas são estimuladas desde muito cedo a buscar respostas para as perguntas que afligem o homem moderno, particularmente a morte. E nem sempre a explicação está na ciência.
Uma forte religião no Oriente é o Budismo, onde o nascimento e a morte não são fenômenos que acontecem uma vez na vida de cada um. Os budistas ressaltam que, a cada momento, algo dentro de nós morre e algo renasce. Dessa maneira, somos como um rio que segue o seu curso, mas sempre se modifica no caminho.
Porém o filme A partida não foi de modo algum espiritualista, mas mostrou vários funerais de diversas religiões, e de forma artística suavizou o momento que é tido por muitos como o máximo de tristeza ou indignação. O protagonista parece frio, mas o filme leva uma emotividade que está cada vez mais difícil percebermos em nosso momento. Fato é que a gravidez da esposa do agente funerário culminou na vida nova que nasce em contraste com o perdão em relação ao seu pai. Vemos justamente na existência par o nada da morte uma forma de valorizar o todo da vida, e aprender a ver o lado bom das coisas, mesmo que por momentos ruins.
Lidar com a dor da perda é sempre difícil, seja qual for a crença ou cultura. Mas, dependendo de como a separação é encarada, o impacto pode ser amenizado. O mais importante para todos aqueles que ficam nesse mundo é encontrar a própria fonte de força para superar esse momento de grande tristeza. E guardar para o futuro somente as boas recordações daqueles que se foram.