resumo
A medicina tropical nasceu com os trabalhos de Sir Patrick Manson (1344-1922), famoso parasitologista escocês que passou 24 anos de sua vida na China realizando trabalhos sobre malária, micoses superficiais e elefantíase, demonstrando a transmissão da mesma por mosquito. Ele falava muito nas moléculas de países quentes (CIMERMAN, Sérgio; CIMERMAN, Benjamin. 2003)
Segundo Cimerman. 2003, o estudo do enfermo é inseparável do conhecimento do seu ambiente, do biótipo onde se desenvolvem os fenômenos de ecologia associado com a comunidade que ele pertence.
Na verdade, não se pode separar a existência da doença, do substrato causal que a produz. No fundo são, portanto, as condições climáticas que fundamentam e legitimam o conceito de “doenças tropicais”, ou de uma “patologia tropical”. A temperatura ambiente, o micro clima, a natureza do terreno onde se encontra o plâncton, as condições de moradia, a presença de “nichos ecológicos”, enfim, o “meio geográfico”, pode criar condições constantes e necessárias para a incidência e a propagação de numerosas moléstias reinantes nos trópicos. Assim, o desenvolvimento de vetores, bem como a multiplicação do agente patogênico nesses hospedeiros, está ligado intimamente ao “meio geográfico” e a condição climática (CIMERMAN, Sérgio. 2003).
O homem fazendo parte integrante da paisagem geográfica sofre a influência de fatores físicos humanos, sociais culturais e biológicos os mais diversos, fatores esses que, muitas vezes, dificultam a sua adaptação ao meio onde vive, reduzindo sua produtividade e limitando o desenvolvimento econômico (CIMERMAN, Sérgio 2003).
Segundo Cimerman, 2003, o certo é que nos trópicos, onde se extremam os “fatores climáticos”, vive grande parcela da população em condições desumanas, no “círculo vicioso da doença”, enfrentando altos coeficientes de mortalidade infantil, por fome crônica, desnutrição e doenças diarréicas, morando em casas de pau-a-pique, de taipa ou de sapé, em barracos, ranchos,