resenha
1
,
2
(
2009
), pp.
121
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126
http://www.revistahistoria.ufba.br
/2009_1/r02.pdf
Este trecho expressa a mensagem principal da obra: perceber a escravidão enquanto um sistema que perdurou na história do Brasil, e que até hoje traz consequências negativas para toda a sociedade brasileira, em particular para a população negra. Diante da forte pressão de diversos movimentos sociais, sobretudo do próprio movimento negro, temos alcançado, nos últimos anos, êxito em algumas das nossas reivindicações históricas, a exemplo das políticas públi
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cas de reparação ou compensação em áreas como educação, saúde e trabalho.
O sancionamento da lei 10.639/03 (atual
11.645/08), que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasi
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leira na educação fundamental e média, exemplifica uma dessas políticas. Perce
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bemos que, mesmo hoje, que apesar dos acalorados debates historiográficos feitos nas academias brasileiras, a existência do racismo institucional favorece o distanciamento entre a produção acadêmica e os setores sociais menos favorecidos.
O livro de João José Reis e Eduardo Silva representa um importante referência para situar professores e editores de livros didáticos no ensino da história afro-brasileira. Dentro do campo da historiografia da escravidão, esta obra teve um papel fundamental na quebra da imagem clássica do escravo encon
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trada em outros autores – de Nina
Rodrigues a Jacob Gorender, passando por Gilberto Freyre – que os representa
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vam como vítimas ou como heróis. Esta pesquisa nos mostra que havia relações muito mais complexas que permeavam o dia a dia dos escravizados, tanto com os senhores, quanto com os outros escra
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vos. Entretanto, apesar desta obra ter suscitado um amplo debate após sua publicação, em 1989, e ter sido acolhida positivamente por muitos historiadores, inspirando até hoje várias linhas de pesquisa, não conseguiu mudar a tradi
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cional