Resenha
O campo de formação do licenciado atualmente é precário e extremamente fora do contexto de uma sala de aula (levando em consideração a realidade socioeconômica brasileira), o Estado se legitima como proprietário da formação acadêmica do Professor, sendo lúdico o conto “Estado que exclui interesses políticos/econômicos e faz educação de qualidade para o cidadão”. São estabelecidas em nosso currículo acadêmico matérias pouco facetadas, textos empoeirados que fogem do que vivemos hoje em sala de aula. A licenciatura não é ventilada pelo estado, são resquícios de outros tempos, misturados com diferentes intervenções políticas que só demonstram interesses de controle ideológico. Até mesmo as universidades federais que repiraram desenvolvimento intelectual, hoje se veem presas a modelos técnicos, engessados e pouco orgânicos. Somos vitimas de políticas liberais que aparecem de forma duvidosa e apenas são impostas como meios rápidos e facilitados de formação, barateando e tornando imediatista o profissional que se forma nessas bases. O epicentro da degradação do professor é torna-lo um marginal, que se arrisca ao querer transmitir conhecimento mesmo sabendo das péssimas condições da carreira (visando o ensino público). Uma forma de aprimoramento da formação do licenciado é justamente a quebra de determinadas regras que não acompanham as mudanças sociais, não dicotomizar o ensino do licenciado e sim usar de toda interdisciplinaridade possível. E principalmente trazer o aluno de licenciatura para a realidade em que vivemos e desenvolvendo a conscientização do poder ator social que é lhe oferecido. Minha formação intelectual hoje (rasa ainda) me mostra também que aprender como se estrutura o Estado brasileiro e como ele se articula na formação de políticas públicas para a educação pode ser também outra grande arma para melhorar nossas diretrizes de ensino e alcançar uma formação bem formulada, justa e que cumpra com sua intenção.