Resenha “A Idade de Ouro do Brasil”, de Charles Boxer
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Por Paulo Altomare
Especialista em História do Brasil pela UFF
AS DÉCADAS DEFINITIVAS
O livro A idade do ouro do Brasil – dores do crescimento de uma sociedade colonial, escrito por Charles Ralph Boxer (1904 – 2000), teve sua terceira edição publicada em 2000 com 405 páginas pela Editora Nova Fronteira. As edições anteriores foram publicadas em 1963 e 1969, e nova edição já se justifica, visto que dificilmente se encontra esse livro no mercado. Tornou-se obra rara, classificação que recebe o único volume da biblioteca da Fundação Getúlio Vargas, FGV-RJ. Nair de Lacerda traduziu o original em inglês, publicado com o título de The golden age of Brazil – 1695/1750 – Growing pains of a colonial society, de 1962, pela University of California Press.
A terceira edição apresenta prefácio de Arno Wehling (co-autor, em parceria com sua esposa Maria José C. M. Wehling, do título Formação do Brasil colonial, cujo valor recomenda sua presença em qualquer curso de história colonial brasileira) e prefácio à primeira, de Carlos Rizzini. O livro compõem-se de doze capítulos e oito apêndices; bibliografia consultada; mapas de época acompanhados da respectiva lista; notas biográficas; algumas fotografias de outros mapas, de pinturas e monumentos da época colonial, além dos indispensáveis agradecimentos.
Essa edição veio oportunamente a público quando se contavam quinhentos anos do achamento, por navegantes lusitanos, das terras, hoje, definidas como brasileiras. A obra discorre sobre o período que vai do limiar do século XVIII a meados do mesmo século. A perspicácia do espião britânico/autor da obra, exercitada durante alguns dos anos que precederam o segundo grande conflito mundial, constituiu o fio de Ariadne do trabalho do historiador, que se fundamentou em vasta pesquisa documental e bibliográfica para desenvolver o texto da obra a que ora se faz referência.
Boxer escolheu com rigor o