Resenha O Que O Destino Mandar
O filme retrata fundamentalmente a realidade degradante a qual muitas crianças e adolescentes estão submetidas no Brasil, além de apontar que o trabalho do profissional de Psicologia nesta área, assim como em todas outras em que ele esteja envolvido, deva ser pautado na ética e no compromisso social que ele implica.
Talvez a reflexão mais válida tirada do filme é a da importância das famílias originais e/ou biológicas das crianças e adolescentes, fato este que bastante trabalhado na disciplina de Psicologia Jurídica, no entanto, pouco vista na realidade, uma vez que por meio das discussões e dos textos utilizados fica claro que a prática mais vigente é a de não importância ou relevância dessas famílias, ainda mais depois de seu poder familiar destituído pelo poder público.
Portanto o filme também nos remete que mesmo depois da família original tenha sofrido com a perda de seus membros crianças e adolescentes de seu convívio, ela deve ser acompanhada pelos profissionais da Psicologia e não negligenciados, como é possível observar na prática.
O filme aponta que a pobreza ou carência financeira é o motivo maior usado para justificar que crianças e adolescentes sejam retirados de seus pais e submetidos a situação de abrigamento, determinado pelo poder público.
No entanto o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu Art. 23 prevê justamente o contrário quando diz: “A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar” (ECA, 2009).
Além disso, podemos ver no § 1o que: “Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de auxílio” (ECA, 2009).
Sendo assim fica evidente o abandono praticado pela sociedade de maneira geral dessas crianças e adolescentes, tanto no campo social e jurídico.
Sabendo