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Sociologia & Política - Insper
15 de junho de 2015
Resenha de filmes
“Margin Call” e “Um Dia de Fúria”
Embora Max Weber tenha escrito seu livro mais notório, Etica Protestante e o Espírito do Capitalismo, no início do século passado, sua teoria principal ainda pode ser aplicada no cotidiano. Além de Weber, outra figura importante para a compreensão do desenvolvimento das sociedades é Douglas North, que chegou a ganhar um prêmio
Nobel pelo seu trabalho em 1993.
A principal teoria weberiana resume-se sucintamente nesta frase: “o cuidado para com os bens materiais deveria repousar sobre os “ombros do santo como um leve manto, que pode ser atirado de lado a qualquer momento”, mas o destino quis que o manto se tornasse uma prisão de ferro.” [1]. Ou seja, os homens mudaram tanto seus valores na transição para o capitalismo que aquilo que era visto como graça divina, tornou-se algo que corrompe suas almas e os prendem a prazeres ou a se absterem de valores para conquistar cada vez mais. Essa teoria pode ser vista no filme “Margin Call” de J. C.
Chandor, onde Peter Sulliven deixa de ir a uma balada com seus colegas de trabalho para trabalhar num projeto “secreto” deixado por Eric. No mesmo filme podemos ver também que o chefe da filial da empresa, Sam Rogers, se corrompe e ao invés de fazer o que ele considera certo, faz aquilo que é economicamente melhor para ele mesmo.
Assim vemos como a graça divina se transforma numa prisão de ferro.
Presentes no filme citado acima, a teoria de Douglas North é mais atual que a de Weber.
Sua “Teoria Geral” é de que a evolução institucional está diretamente ligada ao desempenho econômico de uma sociedade. Para North, instituição é o conjunto de organizações e valores da sociedade e que uma sociedade é mais economicamente eficiente pois suas instituições estão em harmonia. No filme “Margin Call” podemos ver
MARGIN CALL, UM DIA DE FÚRIA, MAX WEBER E DOUGLAS NORTH
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que o dono da empresa, John Tuld, coloca seus ganhos