Resenha "O outro pé da sereia"
Aluna: Jacqueline Souza resenha: O outro pé da sereia
Curso Letras
O objetivo deste trabalho é analisar a obra de Mia Couto, focalizando a história e a utopia, na intenção de resgatar a identidade perdida ou a busca por ela entre as personagens. Colatina, 20 de outubro de 2013
O outro lado da sereia
“O outro pé da sereia”, obra do autor moçambicano Mia Couto, vencedor dos prêmios: Virgília Ferreira, em 1999, e União Latina de Literatura, em 2007 e escritor dos livros: “Um rio chamado tempo”, “Antes de nascer o mundo”, dentre outros, é um romance que se passa em dois tempos distintos, nos séculos XVI e XXI. O século XVI gira em torno de um navio negreiro que parte de Goa, na Índia, com destino a costa africana. Na tripulação encontravam-se o jesuíta D. Gonçalo da Silveira, responsável por transportar a imagem de Nossa Senhora, esta destinada ao Imperador de Monomotapa para catequizar a região, o Padre Manuel Antunes, que decidira ser padre por conta de uma paixão proibida. Após o contato com os negros africanos e a indiana Dia, passageira da nau, Manuel Antunes sofre uma metamorfose, tornando-se negro, como revela esta passagem: “Foi então que reparou que estava com as mãos sujas de tinta. Com as mãos negras, ele reentrou no camarote. E com as mãos negras ele se abandonou no rio do sonho” (p.62).
O protagonista desta fase é o escravo Nimi Nsundi, ele era encarregado de transportar a Santa para o barco e vigiá-la durante a viagem. Antes do embarque, a imagem cai no rio e Nsundi a resgata. Durante toda a viagem ele tenta devolver a Santa às águas, que de acordo com sua crença acredita ser Kianda, a deusa das águas, e chega a lhe serrar um dos pés.
Já no século atual, no qual se inicia a história, o enredo é em torno de uma estrela que cai do céu, que na verdade são restos de um satélite americano, e de uma imagem de santa, com apenas um pé. Zero Madzero,