RESENHA "O mundo global visto do lado de cá"
O documentário de Milton Santos tem como objetivo mostrar a grande disparidade entre o chamado “norte desenvolvido” e o “sul empobrecido” que depende do primeiro tanto tecnológica quando financeiramente.
O filme inicia-se mostrando a “invasão” da América Latina e os 70 milhões de nativos exterminados dos 80 milhões que exisitam. Para Milton Santos, houveram duas “globalizações”. A primeira foi caracterizada pela ocupação territorial em si, procedida pela demarcação dos territórios que hoje formam os limites das nações. A segunda globalização se deu no fim do século XX e foi caracterizada pela fragmentação territorial.
Milton afirma ainda que há três mundos num só: O mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; O mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; O mundo como ele pode ser: uma outra globalização.
O vídeo faz menção também ao Consenso de Washington que foi um conjunto de dez regras básicas formulado em 1989 por economistas de instiuições financeiras como o Banco Mundial e o FMI. Essas medidas tornaram-se a política oficial do FMI em 1990.
O vídeo trata ainda da divisão internacional do trabalho, sendo que ainda são citados os casos da Nike e da Boeing que tem filiais em países onde a mão-de-obra é extremamente barata.
No momento em que se discute o processo crescente de excluão social, Milton Santos afirma, ao falar da produção mundial de alimentos, que “ Não que não haja alimentos, apenas decidiu-se que alguns não podem comer”.
Milton afirma ainda, que em sua concepção, o período tecnológico está acabando e está por começar o período demográfico onde “quem mudará a História são os atores pobres”.
O documentário segue ainda com a aparição do escritor José Saramago, que diz que na prática, a democracia não existe e que quem dita as regras do mundo são as grandes instituições.
No fim, Milton discute o “globalistarismo” que existe para reproduzir a globalização, onde se exige um