RESENHA: "Encontro com Milton Santos: O mundo global visto do lado de cá"
Uma das formas de compararmos os níveis de desenvolvimento no mundo é observar a quantidade de luz emitida pelas cidades à noite. Com uma imagem de satélite, há uma nítida separação entre o norte, onde se localizam os países desenvolvidos, e o sul, os países subdesenvolvidos. Logo, é possível concluir que não existe um equilíbrio entre a globalização do planeta. Na parte superior ela está mais concentrada do que na porção inferior.
[...] Devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo. A globalização como fábula; O segundo seria o mundo tal como ele é. A globalização como perversidade; E o terceiro, o mundo como ele pode ser. Uma outra globalização. (SANTOS, Milton. 2000)
No decorrer do filme, com a exemplificação de fatos da História da humanidade, a globalização foi retradada de forma perversa. Por exemplo, quando o Consenso de Washington propôs aos países da América Latina elevar impostos, aumentar juros e privatizar para retomar seu crescimento. Isso comprovou a ruim administração do Estado, o que gerou grande revolta popular. Outra enorme rebelião foi quando resolveram privatizar a água. De uma lado havia àqueles que defendiam sua privatização, pois a viam como um bem econômico a ser negociado no mercado; de outro, àqueles que pensavam que a água era um bem comum a todos. Houve tamanha indignação do povo que o governo acabou por desprivatizar. Na Argentina, privatizações e abertura do mercado levaram a uma quebradeira no país. Pessoas da classe média protestaram com o “panelaço” na Praça de Maio, após perderem suas economias da noite para o dia com a desvalorização da economia. O Brasil também sofreu