Resenha - o mito da caverna - platão
PLATÃO. A República. Tradução de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2000. Livro VII. Pág 210/238.
Resenha:
“O mito da caverna” trata-se de uma metáfora escrita por Platão para descrever a posição da sociedade. Nesta alegoria o autor apresenta uma narrativa que conta a história de prisioneiros que nasceram e viveram em uma caverna e por isso acreditavam que apenas o que conheciam era real. Até que, em um certo momento um dos prisioneiros se liberta e sai da caverna. Imediatamente este prisioneiro fica completamente cego, o que se resulta do seu primeiro contato com a luz do sol. Passado o período de adaptação, onde o prisioneiro de acostuma com a claridade, ele fica encantado com o mundo até então desconhecido. Após o contato com o mundo exterior, o prisioneiro provavelmente não conseguiria viver na caverna novamente, uma vez que não conseguiria se adaptar novamente, pois conhecera a verdade além do que havia vivido enquanto preso. Apesar de ter sido escrita há mais de 2.500 anos, a crítica à condição do homem apresentada por Platão se relaciona de maneira irrefragável a nossa atual realidade. Hoje, podemos observar com clareza a alienação dos humanos perante as imposições da mídia. Vivemos uma existência confortável onde somos transferidos para outra “realidade”, onde existem definições sobre quase tudo e todos. Somos levados a acreditar que viver bem depende de ter e saber o que nos é apresentado, e perdemos a capacidade de “sair da caixa” enquanto continuarmos adotando esses conceitos como verdadeiros. O homem que tentar sair da “caverna” sofrerá até conseguir se habituar a realidade, que ampliará seus conhecimentos sobre o mundo e o fará ser rejeitado pelos que acreditam nas condições impostas pela mídia. Por outro lado, o homem que tentar retornar a “caverna” será desacreditado pelas pessoas que ali permaneceram, e não saberá mais como viver na ignorância.
É muito difícil se adaptar ao pouco quando se teve o muito,