RESENHA: O HOLOCAUSTO BRASILEIRO

O livro relata a história de um hospício, na cidade de Barbacena-MG entre os anos de 1930 a 1980, onde ficou conhecido pelo nome “O Colônia”. Nesse lugar cerca de 60 mil pacientes foram tratados de forma desumana, como animais, em uma época onde ter problemas psicológicos era uma sentença de morte. O colônia virou um depósito de gente, onde a maior parte dos internos não tinham problemas mentais. As pessoas que entraram lá eram alcoólatras, epiléticos, prostitutas, meninas grávidas que foram estrupadas, homossexual, crianças e pessoas sem documento, ou seja, pessoas excluídas da “sociedade” ou que para eles não representavam nada, além do mais entravam sem critério médico nenhum. Para mim, em particular, foi angustiante ler a história dessa gente e o sofrimento horrendo que passaram até chegar à morte. Quem chegava lá, era deixado à própria sorte, a comida era como lavagem de porco, com fezes e urina em todos os lugares, às vezes tinham que comer ratos e beber água do esgoto, usavam roupas maltrapilhas, chegaram a ficar nus e muitos foram escravizados. Uma parte que me chamou atenção no livro, no capítulo três, foi a história de Luiz Felipe, que nasceu praticamente dentro do hospital, intitulado “O único homem que amou o Colônia”. Viveu parte da sua infância ali por perto, observando os internos, à medida que ganhava idade, seu olhar ia mudando. Ele ouvia muitas histórias sobre os loucos perigosos do hospício, mas não conseguia entender como aqueles homens que ele via trabalhar tanto, podia oferecer tanto risco. Passou a se questionar: Que loucura eles têm? De longe ele observava a lida daquela gente, há registro apontado no livro, que quase metade da receita do hospital foi garantida pelo suor dos pacientes e pela venda dos alimentos que eles plantavam. Para Felipe, não pareciam doentes, mas escravos, embora a escravatura no Brasil tivesse terminado havia quase trinta anos. Com tudo, o que mais me impressiona é que as autoridades e