holocausto brasileiro- resenha
O livro-reportagem escrito por Daniela Arbex, publicado em 2013 descreve a triste história vivida por pessoas no século XX, no Colônia . No livro ela devolve nome, história, identidade e familiares de pessoas que por motivos injustos eram internadas no maior hospício do Brasil, localizado em Barbacena-MG. Das pessoas levadas para o Colônia,cerca de 60 mil morreram e 70% não eram diagnosticadas com doenças mentais, eram homossexuais, prostitutas, epiléticos, alcoolistas, meninas grávidas ou violentadas por seus patrões, esposas confinadas, ou filhas de fazendeiro que perdiam a virgindade antes do casamento , alguns homens, mulheres ou crianças apenas por serem tímidos. Os paciente do Colônia para não morrerem de fome tinham que comer ratos, beber esgoto e urina, dormir entre os capins e ainda eram violentados e espancados. Aqueles morriam de fome, frio, doença, até mesmo eletrocutados. Cerca de 16 pessoas morriam por dia e seus corpos eram vendidos para faculdades de medicina de todo Brasil, quando acumulados os corpos eram colocados em ácido na frente dos demais que ali estavam para que tivessem seus corpos decompostos. Após serem levados por ônibus , ou pelos famosos “trem de doido” sem ao menos saberem onde e por que estavam naquele lugar as pessoas eram separadas por sexo, idade e características físicas, dispunham de seus objetos, de suas vestes, até mesmo de seus nomes sendo expostos a um constrangimento lastimável. Daniela Arbex revela a historia de alguns sobreviventes como a do Cabo Antonio de 68 anos, uma das “vitimas” que ao sair de lá, sem saber o motivo de ter sido internado conta que durantes os 24 anos de internação assinava documentos com digitais até que descobriram que ele sabia assinar seu nome; fala que viveu calado pelo fato de ninguém ter o perguntado se ele falava, lembra ainda que depois de quase meio século afastado do convívio social nunca pensou que ainda pudesse ser dono do seu próprio