Resenha O Dia Que Durou 21 Anos
Por
TAÍS OLIVEIRA PESSA,
Aluna do Curso de Relações Internacionais
Trabalho apresentado à Professora Flavia Guerra Cavalcanti, no curso Política Externa do Brasil Contemporâneo, código REL320
O documentário O dia que durou 21 anos é uma produção da TV Brasil, com direção de Camilo Tavares, filho de uma das vítimas da ditadura militar. A contribuição dos Estados Unidos da América no golpe militar de 1964 no Brasil é não é novidade. Porém, a extensão dessa contribuição é explorada no filme. O material apresenta os bastidores da participação americana a partir de materiais secretos da CIA, telegramas e até gravações telefônicas entre o embaixador norte-americano no Brasil Lincoln Gordon e os presidentes dos EUA John Kennedy e Lyndon Johnson. As conversas mostram o passo a passo do golpe e o reconhecimento dele.
Historiadores e personalidades conduzem a narrativa, com ajuda de fotos da época animadas, áudios, imagens de documentos e filmagens do período. Dividido em três partes: a Conspiração, o Golpe de Estado e o Escolhido, o filme demonstra muito bem que o governo norte-americano esteve todo o tempo no calcanhar da política brasileira, tentando impedir o que se pensava ser uma ameaça vermelha na América Latina. Ao custo de incontáveis milhões de dólares os EUA compraram consciências e colocaram como seus empregados todos os atores do golpismo que sequestrou e manteve cativo um país inteiro durante mais de duas décadas.
O documentário introduz o contexto vivido no Brasil desde João Goulart e suas tentativas de aplicação das chamadas Reformas de Base, até a reação estadunidense ao encaixá-lo como um comunista semelhante a Fidel Castro. No decorrer do filme somos apresentados à figura central na mediação entre os conspiradores brasileiros e o governo americano: o embaixador Lincoln Gordon. Foi ele quem transformou o presidente Jango de líder popular