Resenha O Alto da Barca do Inferno
A história é uma sátira à organização social de Lisboa do século XVI, e é a primeira parte de uma trilogia, cujas sequência são Auto da Barca do Purgatório e Auto da Barca da Glória.
A história gira em torno de treze personagens, cada um representando um erro da sociedade. Quando os personagens falecem, vão parar num rio. Lá encontram-se duas barcas: A barca do inferno, comandada pelo diabo e um companheiro, e a barca da Glória, comandada por um anjo.
Sempre ao chegar, os personagens avistam primeiro a barca do inferno. Sem saber o que é, começam um diálogo com o diabo. Este conta rapidamente às pessoas que a barca os levará ao inferno, e insiste para que entrem. Todos resistem, e alguns tentam ingressar na barca da Glória, cujo anjo proíbe a todos (que é quando acontecem as críticas mais explícitas a sociedade, pois o anjo explica na maioria dos casos o motivo pelo qual não podem entrar na barca, expondo seus erros e pecados), exceto quatro cavaleiros.
Alguns personagens arrependem-se do que fizeram na Terra, mas outros não chegam a ter nenhum lampejo de consciência ou arrependimento. Retornam, e entram na barca do inferno.
Os únicos personagens a conseguir entrar na barca da Glória são quatro cavaleiros, templários que morreram lutando na guerra santa, nas Cruzadas. O anjo diz que os estava esperando, e que eles são dignos de ir ao Paraíso pois morreram por Jesus Cristo.
Gil Vicente, com o livro, faz crítica ao clero e a nobreza, e também ao povo explorando o próprio povo. Faz crítica a avareza, maldade, soberba, e tudo o que achava errado na sociedade de Lisboa. Cada uma dessas características é explorada a partir dos personagens que vão ao inferno. Cada um com um pecado.
O livro é muito pequeno, contando com cerca de 50 páginas de história e, como foi escrito no século XVI, a estrutura