Resenha a televisão levada a sério
A televisão carece de um detalhado e profundo estudo sobre seu conteúdo não apenas de uma reflexão sobre sua utilização como ferramenta e o processo global de sua existência em si. Essa é a principal conclusão de Arlindo Machado no capítulo “A Questão do Repertório” de seu livro “A televisão levada a sério”. Para desenvolver este raciocínio o autor entra numa polêmica se opondo a lógica de que na televisão existem apenas coisas triviais. Para Machado, diversos autores que pensaram sobre a televisão pouco foram ao fundo sobre as propriedades e experiências existentes ao longo dos 50 anos de existência da mesma. A principal justificativa apresentada pelo autor é de que a academia, vendo a TV como um meio de comunicação de massa, popularesco, no pior sentido da palavra, impede os pesquisadores de examinar importantes experiências realizadas.
Machado afirma no prefácio que “O fenômeno de banalização é resultado de uma apropriação industrial da cultura e pode ser hoje estendido a toda e qualquer forma de produção intelectual do homem...Por que deveria a televisão pagar sozinha pela culpa de uma mercantilização generalizada da cultura?” Ou seja, a banalização em si pode ser encontrada no cinema, na música, na .literatura e em qualquer outra atividade cultural. É um erro falar que só existe banalidade na televisão, segundo sua visão.
Segundo o autor, ”Ao longo de seus mais de cinquenta anos de história, a televisão deu mostras de ser um sistema expressivo suficientemente amplo e denso para dar forma a trabalhos complexos e também abriu espaço para a intervenção de mentalidades pouco convencionais...”
Machado propõe que ao invés de focar nas formas mais baixas da televisão, é preciso centrar nas experiências que fazem expandir as possibilidades expressivas desse meio. Em outras áreas, os profissionais, os críticos e docentes precisam manter contato com um